
Surpreso, me aproximei das margens quando, no mais que de repente, percebi que a rede estava segurando uma quantidade extremamente grande de aguapé. A rede estava evitando que os aguapés penetrassem nas imediações das margens do rio próximo ao Hotel. A minha alegria (em pensar que naquele rio tinha peixe) foi transformada em angústia e lamento.
O aguapé (nome científico: Eichhornia crassipes) conhecida também pelo nome gigoga, é uma planta que adora água poluída. Encontrou condição, ocorre reprodução. A medida em que ela se nutre da poluição (o que seria bom para o rio) ela diminui a oxigenação da água (ou que é ruim para os peixes e a flora).
Mas não fiquei só ali, fui dar uma olhadinha na avenida Dix-neuf Rosado (aquela que agente costuma chamar de Leste-Oeste). Ao chegar sobre a ponte, observei um “mar de aguapé” tomando de conta de quase todo rio. Não me deu outra, comecei a cascaviar na minha mente o que os mossoroenses fizeram com seus votos. Entra ano e sai ano, e essa gente, desta cidade (que combateu Lampião e matou Jararaca), não consegue tirar de cena esses Rosados (Fafá, Rosalba, etc e tal) que corroem a cidade.
Dizem (lá eles) que fazem trabalhos educacionais nas escolas. Ora, se fazem realmente, isto é muito bom. Porém, estão esquecendo das pessoas que estão fora da escola. Vejo a prefeitura aceitar aqueles quiosques próximo ao rio. Boa parte deles (com consentimento da prefeitura) jogam esgotos dentro do rio. Além disso, os transeuntes que ali estão, aproveitam para lanchar e jogar material próximo as suas margens. Acho que eles deveriam, também, trabalhar a educação fora da sala de aula. Não uma educação no dia do meio ambiente, mas continuamente.
Fica aqui meu lamento. Meu grito fraquinho, que nem caldo de batata, mas com força de “queimar” o mal pelo tronco.
Acorda Mossoró!