Quando vejo nossos políticos (refiro-me a alguns políticos brasileiros) difamarem, distorcendo fatos, as universidades públicas brasileiras, me vejo na obrigação de protestar. Tais ações remete-me a algumas universidades que visitei, e outras que fizeram parte de minha vida acadêmica e profissional (UFRN, UFERSA, UERN etc), como por exemplo, a UFBA (Universidade da Bahia), a USP (Universidade São Paulo), UEMA (Universidade do Maranhão), UFC (Universidade do Ceara) e tantas outras que, de passagem, tive o prazer de conhecer. Nestes ambientes nos quais conheci, o que presenciei foram os corre-corres da vida acadêmica, cada um assumindo sua posição ocupadíssimo nas salas de aulas, departamentos, reitorias etc. Confesso que não vi nenhuma balbúrdia.
O que descobri, em uma simples busca na internet, foi que que as universidades brasileiras destacam-se por sua pontuação no indicador volume de publicações. Segundo a tese de Santos (2015), “a contribuição brasileira para produção científica mundial registrou crescimento de 100,34% no período analisado, ultrapassando o crescimento mundial, que foi de 40,50%. Se nestas universidades houvessem mesmo as tais balbúrdias, é bem provável que este ranking não seria atingido.
O que vejo, nos dias de hoje, são pessoas outorgando credibilidade a certos políticos (que assumem pasta ministerial) ignorantes do funcionamento das instituições públicas. Seria bom que estas pessoas, garantidoras da presença deste tipo de política, fizessem uma simples leitura, uma pequena pesquisa no Google, a fim de identificar dados papáveis sobre a dinâmica acadêmica nas instituições públicas brasileiras. A despeito de pouco investimento nestas instituições, elas fazem aflorar o conhecimento e suas relações em uma sociedade.
As universidades públicas brasileiras são instituições que “pensam”, e competem com outras instituições mais antigas, com um montante de investimento superior as instituições públicas brasileiras. Por exemplo, as universidades de Coimbra e Aveiro, ambas visitei quando estive em Portugal para participar de um curso de aperfeiçoamento na Universidade da Aveiro. Lá a cultura é outra, as normas são outras e a valorização também é outra. Escrevi sobre isto: “Click aqui”.
Convém a cada um de nós, gente mais consciente, que não cai nas falácias de políticos mal-intencionados, não devemos deixar que distorçam os fatos, e lutar pelas universidades públicas “com unhas e dentes”.