Diante de grandes problemáticas sociais, ambientais, políticas e religiosas. Diante de tamanhas atitudes maldosas, asquerosas, detestáveis. Diante dos desrespeitos a existência, da falta de racionalidade humana e da hipocrisia de uma mente criminosa: “NÓS NÃO MERECEMOS A VIDA”.
A história da humanidade é um desastre contínuo. Nunca houve nada que se parecesse com um momento de paz. Se ainda fosse só a guerra, em que as pessoas se enfrentam ou são obrigadas a se enfrentar… Mas não é só isso. Esta raiva que no fundo há em mim, uma espécie de raiva às vezes incontida, é porque nós não merecemos a vida. Não se percebeu ainda que o instinto serve melhor aos animais do que a razão serve ao homem. O animal, para se alimentar, tem que matar outro animal. Mas nós não, matamos por prazer, por gosto. 
José Saramago, in ‘Folha de S. Paulo (2008)’
 
JOSÉ SARAMAGO, nasceu em uma família de camponeses sem terra em 1922. Em 1924, seu pai levou a família para Lisboa em busca de uma vida melhor. Seu pai trabalhou como policial e viveu sempre com muita dificuldade. Sem poder custear os estudos do filho ele coloca Saramago em uma escola técnica de automóvel.
Influenciado pelos avós materno adquiriu conhecimento para trabalhar em si o pragmatismo pessimista (em suas obras são possíveis perceber estas atitudes frente aos fatos).
Saramago tinha 3 anos quando um golpe militar instituiu o regime fascista de Antônio Salazar, que governou Portugal durante 48 anos seguintes. Já adulto Saramago teve vários empregos e perdeu outros tantos.

As obras de Saramago são alegorias e fantásticas, algumas se aproximam do realismo mágico sul-americano. O autor aborda, em seus romances, a vida sob a ditadura política, a condição humana e a necessidade de nos conectarmos como homens, de viver em comunidade sem perder nossa individualidade.

(Grandes Escritores)

Nascimento: 16 de novembro de 1922, Azinhaga, Portugal.
Falecimento: 18 de junho de 2010, Tias, Espanha.