A frase “diga-me com quem andas e eu te direi quem és” não é cem por cento verdadeira, pois, se assim o fosse, todos que tivessem relações próximas com pessoas de má índole já estariam no mundo da perdição. A gente sempre tem (entre amigos e/ou familiares) alguém que faz algo que vai de encontro ao fluxo “normal” da sociedade.
Bom…não irei falar aqui do que é normal e não normal, até porque iria entrar no mundo da subjetividade para falar de algo real (ou pelo menos achamos real). Todavia, venho fazer destaque sobre a frase que abri este comentário.
Como já é de conhecimento do povo (pelo menos os mais avisados), sobre as denúncias de que Lula está pressionando o STF (Supremo Tribunal Federal) para adiar o julgamento do mensalão, dá a entender que a coisa está muito grande. Esse Cachoeira parece inundar toda uma bancada política em Brasília (salvo o de bom alvitre). Ora, se Lula já andava com gente desse porte é bem provável que ele possa estar envolvido com essa máfia. Todavia, é possível destacar, pelo mesmo raciocínio, que ele não esteja envolvido com a máfia, assim como, também, é possível prevermos que esteja protegendo algo (ou alguém) envolvido, contudo não seja ele (o Lula) um mafioso.
Agora pense:
Se eu protejo (ou compactuo com) algum envolvido na máfia, eu também sou mafioso?
Se assim o for, a Veja já é uma mafiosa. Na tentativa de se salvar das denuncias a revista declarou em favor dela, é claro, quando argumenta da seguinte maneira: (1) maus cidadãos podem prestar boas informações, (2) o que define a publicação ou não é o interesse público e (3) grampos ilegais só devem ser publicados se o prejuízo social, com a não publicação, for maior.
Como sabemos, e de acordo com a PF (Polícia Federal), a Veja está envolvida no escândalo do Cachoeira. Isso ainda não foi comprovado (julgado, digamos assim), entretanto já é possível perceber algum indício da prática ilícita através de conversas telefônica, nesta caso é possível afirmar o envolvimento da Veja. Se considerarmos que “boatos não são fatos” a recíproca também é verdadeira. Todavia, a lei brasileira, ainda assim, a mantém inocente até que o caso seja julgado.
Pois bem, pegamos então as denuncias revelada pela mesma revista na qual ataca o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (o Lula) acusando de ter feito pressão sobre Mendes para “segurar” o julgamento do chamado mensalão, em troca de “blindar” o ministro do STF na CPMI do Cachoeira.
Muitos acham, de antemão, que Lula é culpado, e o pior, acham que o PT (Partido dos Trabalhadores) é um partido corrupto. Dizer que todo um partido está afetado (farinha do mesmo saco) só por determinadas denúncias não é prudente. Como dizia André Comte-Sponville: “A prudência é o que separa a ação do impulso, o herói do desmiolado”. É a prudência que determina o que escolher e o que devamos evitar. Ela (a prudência) é um amor que escolhe com sagacidade, já dizia Santo Agostinho. Prudência é a ação ponderada, discutida, examinada, enfim, deliberada. o Pensador francês Pierre Aubenque afirma: “Não há justiça, se a decisão é tardia. O momento, o tempo, que permite que a justiça ocorra, é determinado pela Prudência”.E, neste caso, seria mais coerente evitar generalizar. Há muitos políticos bons seja no PT, PMDB, PC do B, PSDB, PV, etc. Basta que todos nós aprendêssemos a escolher nossos políticos. Seguindo por esta ideia, suponho ideial, evitasse os erros tanto de escolher maus políticos, como de dizer, erroneamente, que tal partido só tem corrupto.
Vou pela via constitucional, mesmo que ela nos pareça capenga, que diz no Art. 5º, LVII da Constituição Federal: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória
Não irei aqui tecer frase que o julgue, mas irei ficar de “orelha em pé”.
Parece-me que têm nomes de peso levado pelas “águas do Cachoeira”.