Pesquisadores do Instituto do Cérebro, da UFRN, concluíram em estudo inédito que a ioga traz mais benefícios do que se conhecia para quem a pratica.
Um estudo científico conduzido por pesquisadores do Instituto do Cérebro, da UFRN, concluiu que a ioga traz benefícios cognitivos e afetivos palpáveis para quem a pratica.
O trabalho preenche uma lacuna nos estudos sobre o impacto neuropsicológico da ioga. A maioria carece de controles adequados que garantam o rigor ou a aplicação universal dos resultados.
Diferentemente do que ocorreu nas outras pesquisas, desta vez os pesquisadores escolheram voluntários saudáveis que não praticavam ioga. Eles foram recrutados no Batalhão Visconde de Taunay, do Exército, em Natal.
Os cientistas conseguiram autorização do coronel Odilon Mazzine Junior para realizar uma atividade atípica para o grupo de 17 soldados que participaram do estudo: ao longo de um semestre, eles praticaram uma hora de ioga, duas vezes por semana.
Outros 19 militares não participavam das aulas e serviram como grupo de controle. Isso é importante para que os resultados do grupo que praticou ioga possam ser comparados.
A bióloga Regina Helena da Silva, coordenadora do estudo, pratica ioga há cerca de uma década, mas nunca tinha colocado o exercício sob a lente da psicobiologia, sua área de pesquisa.
Animou-se, no entanto, quando o também biólogo Kliger Kissinger Fernandes Rocha pediu que ela o orientasse no doutorado. Rocha é professor de ioga e reconhecia as limitações dos estudos sobre o tema. Por isso, sugeriu abordá-lo em uma tese. O trabalho, publicado na revista científica Consciousness and Cognition, é fruto desse interesse.
Os militares foram avaliados no início e no fim do estudo. Foram aplicados testes de memória e formulários para averiguar o nível de estresse e outras condições psicológicas, bem como testes fisiológicos.
“Notamos uma melhora de 20% na memória de longo prazo nos militares que praticaram ioga”, afirma Rocha. “É um porcentual que indica um considerável ganho cognitivo.”
Ele recorda que também houve uma diminuição no nível de estresse. “O cortisol (hormônio associado ao problema) presente na saliva diminuiu 50% no grupo da ioga”, recorda o pesquisador, que aos 14 anos recebeu indicação médica para praticar ioga com a finalidade de atenuar as raízes psicológicas de uma gastrite nervosa.
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