Em conversa recente com uma colega sobre alguns erros (assustadoramente muitos erros) encontrados em um dos sites de relacionamentos, o Twitter, falei que estava preocupado com a extensão de erros básicos cometidos pelos usuários desta rede. Ela, como minha amiga de fé e irmã camarada, em sua tranquilidade de usuária ferrenha, retrucou com carinho: “…No Twitter é assim, se acostume”.
Acostumado já estou. O problema aparece quando isto é levado a sala de aula. É comum encontrar erros básicos quando corrijo trabalhos de alunos. Um dos mais comuns é o caso da troca da conjunção adversativa “mas” pelo vocábulo “mais”. A primeira, classificada como pronome indefinido; a segunda, como advérbio de intensidade. Temos outros, por exemplo: “Para ‘mim’ fazer”. Mim não faz, porque não pode ser sujeito (Mim não faz nada). “‘Nois’ ‘iremo’ amanhã” (Em uma pequena frase, grandes erros).
Há os mais simples, menos problemáticos, quando os twitteiros confundem “aonde” (em movimento) por “onde”(parado) ou vice-versa. Outro que costumo identificar é a confusão entre a palavra “ver” e “vir”. Exemplo: Se eu “ver” você por aí falarei do ocorrido. O correto é: Se eu “vir” você por aí falarei do ocorrido.
Os erros apresentados acima, típicos das redes sociais, se somam a outros, bastantes comuns em prova de redação. Veja estes: Quebrou “o” óculos, “seção” de cinema, “Porisso”, “Obrigado” (quando ela fala), “meia louca” (“Meia” é advérbio, não varia. O correto: meio louca), “por causa que” (Esta frase é bastante popular, porém ela não existe. O correto seria trocar pelo “porque”), Eles “tem” (correto: eles têm).
Tudo bem que algumas falhas aparecem por causa da rapidez na digitação, e, muitas vezes, quem escreve não pretende levar em conta a correção. Contudo, a maioria dos erros cometidos corresponde ao desconhecimento gramatical.
Felizmente, ou infelizmente, não são somente os menos estudados que comentem estes deslizes. Encontramos vários exemplos. A foto abaixo foi registrada por um transeunte que passava próximo a uma rede de supermercado (daqui do nosso Estado).
Recentemente o site do Uol mostrou os erros dos famosos no Twitter. Confira AQUI
Não sou tão bom na escrita, como ser humano que sou, cometo vários erros. Aqui, em algumas postagens, já encontrei muitos. Tento ler, reler, e, quando possível, solicito outras pessoas para lerem o texto que escrevi antes de lançar no blog. Às vezes, com todos esses cuidados, a falha aparece. Faço as correções quando percebo as falhas, mesmo quando as postagens já estão publicadas. Outras vezes peço para os meus ex-alunos chamarem a minha atenção para qualquer falta da vírgula, de um ponto, ou mesmo, para erro no sentido de uma das frases. Uma destas alunas, Erika Vanessa, já fez isso. Como leitora das minhas postagens já avisou-me de uma falha no texto. Acho isso muito agradável, pois percebo que meus ex-alunos já têm condições suficientes para me corrigir. Costumo brincar com alguns alunos dizendo: “Ora, se não sou tão bom assim em gramática e consigo encontrar erros em seus textos, imagine quem é experto nisso”.
Chamo aqui a atenção para aqueles que sempre buscam recursos de correções pelo Word. Nem sempre, e isto depende da forma como você dará sentido à frase, a correção do Word é suficiente para o texto ficar correto. É bom ficar atento.
Ademais, acredito que não devemos banalizar nossa gramática só porque a modernidade propõe novas formas de comunicações. A linguagem é dinâmica, porém não se deve (a custa dessa modernidade) destoar o sentido ou a beleza de um texto bem produzido ou, ainda, de banalizar uma frase bem construída. Necessitamos sim, de pessoas que, mesmo cometendo erros como estes nas redes sociais, saibam que se faz necessário um aprimoramento nas formas de repassar certas informações, principalmente quando elas estejam atreladas as normas cultas de expressões escritas formais.
P.S. Se encontrar algum erro gramatical neste texto, por favor, avise. Exceto ao título.