Rola na internet uma afirmação infeliz do Chefe do Executivo do Ceará, o sr. Cid Gomes. Postura como essa, se existir em muitos políticos, fará a educação descer ao nível do desprezo.
Em respostas, a população e os professores, indignados, reclamam da infeliz frase. Em destaque a de um professor:
“Estou na educação porque gosto, com toda a certeza, mas para conseguir fazer meu papel enquanto educador necessito suprir minhas necessidades, assim como também conseguir manter família, lazer, ir ao cinema, teatro, praias, viajar… Como professor, tenho que está “antenado” com tudo que ocorre, pra isso preciso ter Internet em casa para me atualizar, preciso de jornais, revistas científicas, adquirir novos livros, participar de formações que na maioria das vezes o Estado não custeia.Tudo isso é necessário? Com toda a certeza. Nossos jovens tem informação nova a todo momento, seja em casa assistindo TV, seja em um shopping vendo cinema, seja em Institutos de Cultura vendo encenações teatrais, seja viajando pra conhecer outras culturas. E se eu enquanto professor não fizer isso também, como poderei dialogar com meus alunos?Se eu não tiver um lugar que consiga chegar e chamar de lar, ele sendo aconchegante para eu poder repor minhas energias, como darei aula animado no dia seguinte? Então, peço ao Senhor Governador do Estado do Ceará e a todos os altos cargos de chefia parlamentares e executivos que não aumentem seus salários, já que estão na política porque querem. Doem seus rendimentos a instituições que trabalham com Assistência Social, porque se vocês estão simplesmente porque gostam, então assim como eu estou na educação por gostar, NÃO PRECISAM DE SALÁRIO. Se estão na política por isso, então PEÇAM DEMISSÃO porque o salário não dá pra pagar suas “NECESSIDADES BÁSICAS” de viagens ao exterior, comer caviar, comprar iates, mansões, dentre tantas outras coisas.”
É triste saber que a maioria dos políticos são assim, saber que é essa a importância que os governantes desse país dão à educação. E que mesmo assim, mesmo vendo o rumo que a educação anda tomando, a população continua a votar sem consciência. Não vê o que os políticos andam fazendo e não usufruem do seu direito e dever de fiscalizar, dessa forma podendo votar conscientes, sabendo o que seus atos podem causar.
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http://universowilliampereira.blogspot.com/2011/08/nao-seja-professor-por-almirene-sant.html
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Não seja professor!!Por Almirene Sant Anna (Graduada em Letras com especialização em Língua Portuguesa e Psicopedagogia) O Ministério da Educação, por intermédio de um dos meios de comunicação mais poderoso, tem veiculado uma propaganda convidando os cidadãos brasileiros a serem professores; ele tenta convencer o telespectador de que essa profissão é uma das melhores do mundo, esquecendo que numa pesquisa nacional realizada há alguns meses, o professor era o quinto profissional mais confiável, atrás – pasmem!- dos advogados. Então, por que ser professor se tornou agora tão especial? Está faltando esse profissional no mercado? Por que será?Respondendo a esses questionamentos, eu digo:Não seja professor: * esse profissional perdeu a credibilidade de toda a sociedade; * os empregadores desse profissional não têm o menor respeito por ele, deixam-no amedrontado para lutar pelos seus direitos, acreditando que se fizerem isso terão seu salário cortado, suas férias interrompidas, sua moral em baixa; * as condições de trabalho desse profissional são as piores possíveis, quando ele tem o material não sabe utilizá-lo, pois não recebeu treinamento para isso e quando sabe, não o tem; * ele é vítima do aluno, vítima da comunidade, vítima dos pais dos alunos que não acreditam em seu poder nem em sua autonomia para tomar decisões; * o salário desse profissional em início de carreira é vergonhoso e para o que já tem algum tempo de serviço é desanimador; * para que esse profissional tenha uma vida decente e possa usufruir de um mínimo de conforto, precisa usar o limite do cartão de crédito ou tomar empréstimo consignado, comprometendo ainda mais o salário injusto; * a falta de funcionários de apoio e de segurança deixam esse profissional a mercê de todo tipo de indivíduos: armados, drogados, mal-intencionados; * a carga horária desse profissional, para o tipo de trabalho que exigem dele, é extenuante; * apesar das propagandas falando sobre a qualidade da educação, o que os governantes querem é quantidade: excesso de alunos em sala de aula e sendo aprovados sem ter conhecimento; * a família transferiu para o professor a tarefa de educar, aconselhar, transmitir valores, cuidar da saúde física e psíquica, ou seja, o professor não é mais o mediador do conhecimento; * é sua culpa quando o aluno não aprende, mas não é mérito seu quando ele entra na universidade, o mérito é do “cursinho”; * ele não tem vida própria, vive em função dos que ditam as leis comportamentais, que só são punitivas se o profissional for PROFESSOR; * esse profissional está longe de ser a profissão mais valorizada em nosso país, porque dele tiraram toda a dignidade, o prazer de ensinar, o valor, o respeito, a moral e a perspectiva de um mundo melhor; * apenas o professor universitário (difícil tornar-se um!) ainda goza de certo prestígio na sociedade e, mesmo assim, tem quase todas as razões acima para reclamar. Ser professor, no Brasil, é menos digno que ser advogado, médico, bombeiro, policial ou estar na vida política. Apesar de nos envergonharmos dos políticos do nosso tempo, somos responsáveis pela formação de todos os profissionais, incluindo esses, mas não somos valorizados por nenhum deles o que tira de nós o desejo de continuar realizando as nossas atividades. Não queremos convites para ser professor; queremos um país digno que respeite e valorize seus profissionais, não apenas inflando seu ego, mas pagando-lhes um salário digno e dando-lhes melhores condições de trabalho, escolas mais equipadas, funcionários de qualidade, segurança e proteção. Queremos que o governo vincule o Bolsa Família à assiduidade e rendimento do aluno, assim a família vai estar mais presente e atuante na escola, as tarefas serão divididas e a sobrecarga do professor diminuirá e ele poderá, realmente, ser um profissional de VALOR.
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