Atendendo a pedidos de postagem de dicas livros de alguns web leitores, vou começar com dois livros geniais. O autor entra, com maestria, na psique humana fazendo referências as angústias da existência, assim como a beleza das emoções românticas e das nuances do dia-a-dia, a obra é de renome mundial. Vale apena ler.
Veja o que diz Pablo Gonzalez sobre os livros de Fiódor Dostoiévski:


Noites Brancas (1848) – Escolhi Noites Brancas como ponto de partida para o nosso roteiro por três razões. Primeiro: trata-se de um romance breve (muitos o classificam como novela ou conto longo), que pode ser lido facilmente em um único dia. Segundo: o protagonista e narrador da história, cujo nome não é mencionado em nenhum momento, tem características que reaparecerão em personagens importantes dos grandes romances, como o príncipe Michkin (O Idiota) e Dmítri Karamazov (Os Irmãos Karamazov), servindo, dessa maneira, como uma pequena amostra do herói dostoievskiano. Terceiro: logo nas primeiras páginas do livro, enquanto faz observações angustiantes sobre a sua vida, o narrador caminha sem rumo pelas ruas de São Petersburgo. Podemos ver o Rio Nievá, a Avenida Nievski, e não existe melhor maneira de se entrar no universo de Dostoievski do que vagando por essa cidade tão recorrente em sua obra. Noites Brancas é uma história de amor. O enredo é simples e repleto de suspense. Depois de perambular durante três dias, o protagonista conhece uma jovem e imediatamente se apaixona. Ela aceita se encontrar outras vezes com a condição de que ele lhe permita contar a sua trágica história. Edição brasileira recomendada: Noites Brancas, Editora 34, tradução de Nivaldo dos Santos – 96 páginas.


Crime e Castigo (1866) – Classificar um romance de Dostoiévski como policial é, sem dúvida, um erro, mas este livro tem vários elementos do gênero: um crime terrível e premeditado, a fuga, a investigação implacável, o suspense da primeira à última página. Utilizando a terceira pessoa, o autor nos coloca na mente de diversos personagens. O protagonista e executor do crime (e um dos personagens mais célebres de toda a literatura universal) é Raskólnikov, um jovem orgulhoso e perturbado. A heroína é Sônia, uma garota que, diante do alcoolismo do pai e da enfermidade da mãe, é obrigada a se prostituir para alimentar os irmãos pequenos. O detetive é o impiedoso Porfiri Pietróvitch (na verdade, trata-se de um juiz de instrução, mas é ele quem investiga o caso, promovendo interrogatórios que beiram a tortura psicológica). Raskólnikov nega o crime, mas, ao mesmo tempo, sente uma necessidade de expiar a culpa; apaixona-se pela prostituta, delira, é ajudado por um amigo que se envolve com a sua irmã; Porfiri encontra um estranho artigo que Raskólnikov escreveu na faculdade, quando era estudante de Direito, e esse artigo se transforma numa pista para desvendar o crime. De acordo com o ensaísta Otto Maria Carpeaux, conhecer Dostoiévski é como conhecer o mar. Quem estiver seguindo este roteiro e começou com Noites Brancas e Um Jogador já terá visto esse mar, mas lerCrime e Castigo é como ser arrastado por uma onda desse mar numa terrível tempestade. A experiência é avassaladora. Nenhuma pessoa continua sendo a mesma depois de fechar este livro. Edição brasileira recomendada: Crime e Castigo, Editora 34, tradução de Paulo Bezerra – 568 páginas.



BIBLIOGRAFIA DE DOSTOIÉVSKI


  1846 – Gente Pobre
  1846 – O Duplo
  1847 – A Senhoria
  1848 – Noites Brancas
  1849 – Nietotchka Niezvanova
  1859 – O Sonho do Tio
  1859 – A Aldeia de Stiepântchikov e Seus Habitantes
  1861 – Humilhados e Ofendidos
  1862 – Recordações da Casa dos Mortos
  1862 – Uma História Lamentável
  1863 – Notas de Inverno Sobre Impressões de Verão
  1864 – Memórias do Subsolo
  1865 – O Crocodilo
  1866 – Crime e Castigo
  1867 – O Jogador
  1869 – O Idiota
  1870 – O Eterno Marido

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