No telejornalismo da TV Globo, no Jornal Nacional, é exibido algumas reportagens sobre a educação brasileira. A série de matéria, “blitz educação”, do JN no ar, é apresentada em cidades diferentes, escolhidas através de sorteios. O reporte da emissora visita as escolas acompanhado, segundo a Rede Globo, de um especialista na área da educação. As visitas são realizadas em escolas que tiveram o índice do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) baixo ou alto.
O que ocorre, segundo o blog “Mulher Alternativa. net” , cuja a postagem esta intitulada “A Globo é mesmo inimiga da escola”, é que a emissora (a TV Globo) não está agindo conforme fala em reportagem.
Veja algumas passagens da postagem aqui:
A tal da “blitz educação” do tal “JN no Ar” (é curioso quando ficamos muito tempo sem ver TV, haha, parece tudo muito bizarro no começo). Logo que vi a vinheta abrindo a edição de segunda-feira confesso que me empolguei. “Parece uma boa idéia”, pensei. Ledo engano. Bastou o programa começar de verdade e apresentar “um especialista” (aaah, jornais e seus especialistas…) em educação pra eu me decepcionar.
(…)
Primeira reação foi jogar o nome do tal especialista no Lattes. Afinal, se o cara é mesmo estudioso de educação, no mínimo um Lattes a criatura vai ter. Não, nada. O tal do Gustavo Ioschpe não tem Lattes!
(…)
Fui achando um a um, vários textos criticando esse tal “especialista” e sua formação (parece que o cara é da área de economia!), etc. Mas ainda quis dar uma chance e resolvi assistir a mais de um dia. Assisti na segunda, na terça e na quarta mas o programa só fez piorar ao longo dos dias…
(…)
… Pra começo de conversa as “cidades sorteadas” não são tão aleatórias assim, já que a Globo pré-seleciona cidades onde há escolas parceiras de seu programa de mutreta-social-irresponsável, “Amigos da Escola”. Segundo que, mesmo entre estas, estão lá só as cidades onde estas “escolas-parceiras” tiveram notas altas no IDEB, claro.
(…)
Aí o roteirinho básicos dos programas é assim: mostram na mesma cidade uma escola parceira da Globo com nota alta no Ideb e mostram uma escola miserável que depende só da grana da prefeitura pra fazer tudo, que atende grupos sociais marginalizados, etc. E embora não mencionem diretamente na comparação que a tal escola melhor é da Globo, os cartazes em volta das paredes deixam isso bem claro.
(…)
O discurso do “especialista” é o mais jabazinho-coxinha-senso-comum-tosco possível. Segundo ele, o problema das escolas com problema é que os professores não usam material didático, que as salas não são bem aproveitadas ou não há recursos materiais suficientes, que os alunos têm que trabalhar, que a escola é longe, que as famílias não participam, etc. A questão, caro Gustavo Ioschpe, é que estas já são consequências dos problemas reais da educação brasileira, não são o problema em si, queridão. O problema é o descaso do Estado, a intervenção e dependência de programas privados como o Amigos da Escola da rede Globo ou os programas apostilados do Instituto Ayrton Senna, as fronteiras sociais entre professores e os grupos sociais que atendem na sala de aula e nas famílias, a própria organização do sistema educacional…
Leia na íntegra aqui:
Observação: O “Lattes” (ou Currículo Lattes) que a autora fala é um instrumento que registra informações profissionais de cientistas, professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, profissionais autônomos, funcionários de empresas, governos etc.