Depois de assistir a uma palestra do professor Rubem Alves, por sinal, um professor que, como diz ele, “já não tem 76 anos” percebe-se que, para ser realmente um professor (ou, melhor dizendo, para ensinar), terá que desaprender o que você aprendeu na academia.
A palavra “academia” guarda em sua essência a regra, as normas; e é exatamente isso que o escritor condena (uma regra sem amor). Segundo Rubem Alves, o aprendizado tem que estar atrelado ao amor, a parte emocional, para que possa ser absorvido e tenha uma significação.
A meu ver (e, no momento, ainda não envelheci até a data do orador) o aprendizado é via particular de mão única. Não posso mostrar o caminho certo para meus alunos, mas posso mostrar por onde passei, que não é, definitivamente, o caminho deles já que cada um tem suas próprias experiências.
Nessa minha visão, ninguém pode ensinar o sentido da vida a ninguém, cada um tem seu caminho, suas angústias, suas decepções, suas alegrias e felicidades. Cabe, aquém já passou por isso, dizer o que trilhar, mas não como trilhar. Vou exemplificar, só posso dizer para meus alunos, caso eles queiram seguir a carreira acadêmica, como seguir as regras, as normas (simbolicamente, mostrar como passar de uma rua a outra); só não posso dizer que eles irão por este ou aquele caminho (dizer como eles deverão caminhar pela rua – para um lado ou para o outro da rua, evitar tal caminho ou seguir por este) pois estes poderão encontrar um caminho até melhor que o meu. As experiências que passei, poderão não ser as mesmas que eles irão passar caminhando pela mesma rua.
Logo, mesmo que sigamos os mesmos caminhos, as experiências não serão as mesmas.