Fazendo minhas pequenas viagens pelo RN e CE (nas praias aqui pertinho) observei o quanto falta para que a Terra tenha o sossego que merece. Vi bastante lixo nas praias: esgotos direcionados para as margens do rio, sacolas plásticas boiando mar adentro, restos de comidas, garrafas de água mineral, de refrigerantes e de cerveja. Quanta falta de uma educação ambiental. Era um desatino tão grande daquele povo que pensei estar num “hospício dos porquinhos”.
Tudo é questão de uma boa educação. O descaso ocorre porque que a educação não é trabalhada, nem em casa, nem na escola. Um pensador alemão, Immanuel Kant, disse: “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.” Claro, não estou generalizando (Nem toda brasileira é bunda, mas toda generalização é burra! – já dizia uma frase da web). Fitando o descaso, vieram as lembranças dos Índios, grupos de seres humanos nos quais conviviam pacificamente com o meio ambiente. Utilizavam-se da Mãe-Natureza com sabedoria. O respeito à natureza era seu maior apreço.
Onde está, na nossa “civilização” (a que se diz inteligente), a sabedoria da boa vizinhança para com os processos naturais? Por que achamos que somos (com tanta pretensão) os donos da Terra? Mal sabemos quem somos, e já achamos ser o tal. Fico com a conclusão de Sócrates: “só sei que nada sei”.
Acho até que entendemos tudo errado (como já registrei aqui). Será que, para quem leu a Bíblia, também entendeu errado? Por exemplo, no livro de Gênese está assim escrito:
E Deus disse: “Façamos o homem à sua imagem e semelhança, para que tenha domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”
E segui o versículo: “Sereis temidos e respeitados por todos os animais da terra, por todas as aves do céu, por tudo quanto rasteja sobre a terra, e por todos os peixes do mar; entrego-os ao vosso poder”.
As palavras e a frase: domínio – temidos – entrego ao vosso poder – estão registradas na Bíblia. Este tipo de palavra, ou frase, no versículo, reforça a idéia de ser o dono da terra. O qual, pessoalmente, acho que não é. Frase ou palavra assim citada provoca entendimento dúbio (principalmente para aqueles que não leem em profundidade o sentido do versículo) e poderá causar o que hoje estamos percebendo, a destruição da natureza. Achamos ser o dono de tudo, podendo utilizar a natureza a nosso bel-prazer.
Nesse passeio, percebi também a falta de ética e de moral do nosso povo. O que me chamou atenção (diante de tanto descaso) foi a poluição sonora. O “som nas alturas” que não tocava coisa com coisa. (uma espécie de som estrumado de rebolecho e outras coisas mais que – não teria coragem de colocar as letras das, supostas músicas, aqui no blog). Uma onda de som que nasceu na Bahia (de onde mais, né?! Há exceção à regra) apoiado pela Rede Globo (que está faturando alto com a propagação da “música”). A cada flash da TV, uma foto para o rebolecho.
Bom, nada contra as escolhas alheias (até porque, nunca vou entender gostos tão desapurados para meus ouvidos). O problema é que, também, gostaria de curtir a praia (tenho meu direito – já que este país é democrático), mas eles (os donos da rua) querem que você escute a suposta música (deles). Sou forçado (a pão e água, melhor dizendo, a ferradura) a deixar os meus ouvidos expostos às excessivas de vibrações sonoras (fora dos padrões ideais para o ouvido humano). Os imbecibeis (fazendo alusão aos imbecis e ao decibeis – que são o níveis de vibração sonora) – como já dizia Emery Costa em sua coluna – não respeitam ninguém.
Procuro curtir a praia sem perturbar aos outros (coloco a música – que escolhi – para mim mesmo). Respeito àqueles que não querem escutar o meu gosto musical. O que deveria ser eticamente correto.
Vou aprendendo (aliáis, estou aqui pra isso). Todavia, combatendo o bom combate. Implorando democracia e uma convivência pacífica, educada e moralmente correta (pelo menos nos moldes de nossa sociedade), vou seguindo nessa vida, até o momento que deva partir. Sei que não mudarei o mundo, mas não passarei por ele de braços cruzados.
Nossa Adorei o texto. Como voce escreve bem, deixa sua mensagem bem a vista.Acho que voce está completo de razão nem tiro nem coloco um ponto.Bem quando a poluição, acho que é direito de cada cuidar da Gaia (mãe terra) e nessa jornada, não só os professores tem o dever de educador, mas a família e a comunidade como um todo. Acho que os professores são apenas faróis que podem dar um norte nessa escuridão, que vive o homem, a igorância.Infelizmente, na sociedade em que vivemos, as pessoas acham que tem direitos supremos, mas não é bem assim. No século XIII um filósofo de nome Tomas Robbes, muito famoso em sua época, já atentava para a questão dos direitos. Dizia ele que todos temos direitos universais, mas temos que ponderar, porque quando exercemos nossos direitos, poderemos está infrigindo o direito alheio ou seja trocando em miúdos. “O nosso direito termina quando o do outro começa”.Como diria Salomão Shwarz, ao fim de suas colunas. SEJA FELIZ.
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Fico feliz em receber seu comentário, caro Rubens. Muito obrigado pelas observações a postagem da crônica.Vamos nós, buscar a sabedoria da boa convivência com a Gaia. E assim repassarmos nosso estilo de vida para aqueles que buscam uma sociedade mais justa e naturalmente saudável. Um grande abraço. Felicidades.
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