Olhos fechados para a realidade
por Andreza Kallyny (*)
Pessoas sem certeza de um futuro promissor, e migram para outras cidades, levando em sua bagagem esperança e sonhos. Mas ao chegar, encontram dificuldades em obter um emprego ou até mesmo um lar. Esta não é a realidade ocorrida somente nas grandes cidades de nosso país.

Quantas não já passaram pela ponte acima do Rio Mossoró, viram-o sujo e pessoas a abrigar-se à beira do dele e, não disseram que o rio está poluído por causa dos ribeirinhos?Quantos não os discriminam devido moradia, seu estilo de vestir-se ou falar.

Não julguemos o livro por sua capa, mas sim, por seu conteúdo. O rio está poluído sim, no entanto, não podemos generalizar as comunidades ribeirinhas. Pois o estado em que nosso rio se encontra, é por causa de uma ação conjunta, toda a cidade é de certa forma culpada por isso.

De quê adianta fazer campanhas, palestras ou paralisações, em favor da conscientização da população em relação à despoluição do rio, se na real não há prática alguma?”Não há verbas ou o rio está numa situação degradante”, essas desculpas já perderam até o valor, de tanto que já foram usadas.

Os ribeirinhos são discriminados tanto pela população local, como pelas autoridades. Que culpa têm se a sociedade fecha todas as portas para pessoas pobres ou sem instrumentação? Temos que mudar nossas mentes ações, temos que tirar o preconceito do nosso coração e de nossa vida.

Se não está acontecendo conosco, não podemos fechar os olhos diante dessa situação. Temos que mudar, mudar para melhor. Demos um basta ao preconceito.

(*) Andreza Kallyny foi aluna do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana (CEIPEV) e hoje é acadêmica do curso de Engenharia de Pesca da UFERSA.