por Lindeberg Ventura

Enveredamos nosso entendimento destacando os grandes problemas que florescem a cada instante. Podemos perceber, no primeiro momento, que a massificação das necessidades de desejos implementada, também, pela mídia faz aflorar um sentimento de não satisfação.

Esta promove uma espécie de hipnose nas pessoas utilizando-se de propagandas bem elaboradas em momentos cuidadosamente estudados a fim de que possam canalizar suas intenções as várias camadas sociais.

Hoje se percebe grandes grupos de poderosos interesses utilizando-se de dissimulações com o propósito de ludibriar as pessoas a não perceberem as falhas graves de “desenvolvimento” que passamos.

As intenções permeiam em toda área do social visando uma hegemonia no campo da política, da economia e da cultura. Tal atitude subjaz no nosso meio e como não estamos com os olhos bem aberto ela é aplicada bem abaixo do nosso nariz.

As intenções permeiam em toda área do social visando uma hegemonia no campo da política, da economia e da cultura. Tal atitude subjaz no nosso meio e como não estamos com os olhos bem aberto ela é aplicada bem abaixo do nosso nariz.

A sutiliza mal intencionada desses grupos promovem desequilíbrio entre as diferentes dimensões de mundo, em prejuízo do bem-estar físico, mental e social de populações inteiras.

Os grandes desmatamentos, engendrados compulsivamente pelas grandes empresas como uma necessidade iminente para uma melhoria na qualidade de vida dos seres como um todo, perpassam nos encalços da destruição de um ecossistema que outrora clama pela sobrevivência do seu sistema sutilmente equilibrado.

Recheados de engodo para os menos favorecidos de consciência os grandes empresários maquiam seus planos e implementam suas ações. No Brasil, recentemente foi publicado no jornal Folha de São Paulo (13/dez/2006) uma manchete sobre os estados que mais desmataram a floresta entre os anos de 2000 a 2005, são eles: Paraná (PR) com 28.142 hectares perdidos e Santa Catarina (SC) com 45.419 hectares; O Estado de São Paulo perdeu 4.657 hectares entre o período de 1995 a 2000.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais – Inpe, restam apenas 6,98% da cobertura original de mata atlântica. O jornal afirma que em 2000 o índice estava em 7,1%.

Ainda mostrando os problemas ambientais que os seres “de consciência” provocam, destacamos a utilização dos recursos hídricos onde a utilização da água vem sendo abrutamento desperdiçado. No livro – Á água, do autor José Galizia Tundisi e Takako Matsumura Tundisi, publicado pela editora publifolha; relata-se em um dos capítulos que as fontes de água doce são de importância impar para a manutenção da biodiversidade assim como o ciclo de nutriente e o desenvolvimento da atividade humana.

Contudo, a má utilização compromete todo um conjunto de desenvolvimento tanto a nível econômico-social como na qualidade de vida da população humana. No mesmo livro relata-se que as fontes de água doce vem sofrendo os ataques de um desenvolvimento não sustentável que chega a afetar, drasticamente, o equilíbrio de seu ciclo.

As constantes atividades humanas como construção de hidrovias, urbanização acelerada, usos intensivos das águas superficiais e subterrâneas são responsáveis por tais problemas.

Destacamos também, a emissão de gases poluentes, que contribuem para os problemas já visíveis. Um exemplo disso é um relatório “Stern Review”, lançado por um especialista (Sir Nicholas Stern) em mudanças climáticas do Reino Unido, que reforça a grande necessidade de uma tomada de atitude frente às práticas humana diante do grave problema de aquecimento do planeta. Segundo o WWF-Brasil, “A economia de todos os países está em risco se o planeta for superaquecido”.

O mesmo relatório aponta que o Brasil atinge a meta do 4º lugar no ranking mundial dos paises que mais lançam gases, resultante de queimadas, para atmosfera, cujos efeitos promovem o aumento da temperatura do planeta.

As grandes degradações provocadas pelo mau uso dos recursos planetário alimentam desastrosas mudanças climáticas de efeito global.

A fim de amenizar tais impactos várias comitivas governamentais de paises desenvolvidos e emergente confabularam regras nas economias desenvolvimentistas dos pais participantes.

Neste ínterim nasce o Protocolo de Kyoto que obriga 39 países desenvolvidos a deixar, no período de 2008 a 2012, a emissão de dióxido de carbono e outros gases nocivos 5,2% menor do que o índice global registrado em 1990.

O Protocolo de Kyoto divide os países em dois grupos: os que precisam reduzir suas emissões de poluentes e os que não tem essa obrigação.

O Brasil está no segundo grupo que irá receber para não poluir mais e para tirar da atmosfera, com suas florestas e matas, o dióxido de carbono ainda produzido por seus financiadores.

Os esforços somados terão efeitos amenizados e de pouco impacto a curto prazo, porém, de altíssima importância, a longo prazo. Como se sabe, em uma das reuniões, os Estados Unidos, contribuinte de 36,1% das emissões de gases poluentes, se posicionou contrário à redução destes gases justificando causar problemas a sua economia.

Concomitantemente a essas atitudes negativas ao meio ambiente, nós, seres humanos (pelo menos parte de um todo) ainda promovemos atitudes eticamente ecológica visando um salvamento deste emaranhado de atitudes pré-oculpante.

Através de ajudas, reuniões entre governos de vários paises, acordos firmados e documentados, realizam-se acordos buscando postura ético-econômico-social a fim de amenizar tais efeitos. Há várias linhas defensiva promovedora do retorno ao equilíbrio da natureza, estes utilizam-se de modernos aparatos tecnológicos na busca de um realinhamento de postura ecossistêmica visando um retroceder do caos que se forma.

É importante sabermos que a ciência nem sempre saberá, ou quer saber, o que é bom ou ruim para o meio ambiente como um todo, pois muitas vezes defendem os interesses de quem os paga para tal e não leva em conta as reais potencialidades de suas ações a longo prazo.

Interesses e não neutralidades estão, muitas vezes, entranhados nas práticas científicas. Vejamos o que diz Edgar Morin em seu livro – Ciência com consciência: “(…) a ciência é impura.

A vontade de encontrar uma demarcação nítida e clara da ciência pura, de fazer uma decantação, digamos, do científico e do não-científico, é uma idéia errônea e diria também uma idéia maníaca.” (MORIN, 2001, p.59).

As ações na linha contrária ao processo natural reverberam a quem o provocou e/ou a outros que encontram-se nesta rede complexa da vida. Por tanto, é preciso compreender as interconexões a qual somos ligados para se pensar em modificar certos mecanismos naturais. “O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital” (MORIN, 2004, p.35).

As dificuldades sentidas pela sociedade vigente na resolução de problemas cada vez mais complexos pairam na forma dicotômica da utilização dos saberes.

A especialização, como protótipo do conhecimento mais aprofundado, tanto utilizado no meio acadêmico, reduz o conhecimento em suas partes pormenores rejeitando um contexto relacional com os processos subjacentes a este ligado.

A busca de resoluções dos problemas apoiados numa visão espostejada promove resultados incoerentes, ilusório e leviano diante dos fatos. Tomar as partes pelo todo é denegrir as várias facetas de um mundo dinâmico.

O mundo dinâmico pressupõe a interdependência, o multidimensional, o contextual, o global.